Cientistas encontram micropartículas de plástico no intestino de pequenos camarões que habitam seis das regiões oceânicas mais profundas do planeta.
Pesquisadores britânicos descobriram micropartículas de plástico no intestino de animais que habitam algumas das regiões oceânicas mais profundas da Terra, mostrando que a poluição humana não se limita à superfície dos mares e já atingiu os locais mais inacessíveis do planeta.
A maior parte dos estudos existentes sobre poluição plástica se limita a avaliar áreas de superfície devido aos altos custos da exploração do fundo dos oceanos. As pesquisas demonstraram que a contaminação por plástico é generalizada tanto em peixes quanto em tartarugas, baleias e pássaros marítimos.
Na Fossa das Marianas, a leste das Filipinas, 100% dos animais estudados tinham fibras de plástico em seu trato digestivo. A Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos terrestres, localizada a 11 quilômetros da superfície oceânica.
Entre todos os animais coletados nas seis regiões avaliadas pelos pesquisadores, 72% haviam ingerido ao menos uma micropartícula de plástico.
Os microplásticos, que medem entre 0,1 micrômero e cinco milímetros, confundem os animais marinhos porque têm tamanho semelhante ao de pequenas presas ou partículas de comida, facilitando assim sua entrada na cadeia alimentar. Algumas partículas resultam de processos industriais e são diretamente liberadas nos oceanos por meio de esgotos ou rios. Outras se originam da decomposição de materiais plásticos de maiores dimensões.
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