Grande parte desses plásticos são fibras de poliéster, as quais podem causar diversos danos para a saúde desses e outros animais.
Não bastassem os peixes contaminados por mercúrio do garimpo no Amapá, pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) encontraram seis tipos de plástico em 98% dos peixes da Amazônia. Grande parte desses plásticos são fibras de poliéster, as quais podem causar diversos danos para a saúde desses e outros animais.
foram encontradas 383 partículas de plástico em 67 peixes analisados pelo Laboratório de Pesquisa e Conservação da UFPA. A maior parte dessas partículas estava no intestino, enquanto que a outra foi localizada nas brânquias desses animais.
Não é a primeira vez que os pesquisadores realizam esse tipo de estudo. No ano passado (2019), eles identificaram que 25% dos peixes coletados no Xingu continham partículas de plástico no trato gastrointestinal. Isso acontece devido à quantidade de plástico que é despejada no Rio Amazonas, cerca de 39 mil toneladas, segundo estudo publicado na revista científica Nature.
Nas regiões de água doce com populações ribeirinhas, o tratamento de esgoto é inexistente e, o mesmo rio e riacho que serve de lazer, acaba sendo o destino de muitos dejetos. Essas práticas prejudicam o equilíbrio ecológico, porque muitos peixes são predadores de insetos ou servem de alimento para os sapos.
O plástico ingerido pelos peixes pode causar a morte deles e prejudicar a reprodução das espécies, desequilibrando toda a cadeia alimentar. Dentre as espécies analisadas, a que continha mais plástico era o Crenicichla regani, que também é conhecido como jacundá ou joaninha. Esse peixe se alimenta de pequenos crustáceos e larvas de insetos.
De acordo com a publicação, o próximo passo é estudar o impacto dessa poluição na diminuição das espécies e também saber a origem das partículas. Existe a hipótese de que o material encontrado nos peixes seja oriundo de roupas sintéticas, pois 93% do material encontrado são fibras.
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